Cidadã da República
Ao final da tarde, devia já passar das 19h e pouco antes de saíres da maternidade, passaste a ter existência legal. Agora já és uma cidadã da República Portuguesa. Há uma funcionária do registo civil no 2.º piso da MAC, que ligada em rede com um sistema central, regista os bebés que ali nascem, com data e hora. O acto em si é, hoje em dia, bastante simplificado. Felizmente! Mas, para o tornar fácil e desburocratizado, não era preciso desritualizá-lo e destituí-lo de solenidade e de importância, dando-lhe somente a dignidade de uma folha A5 impresa. Afinal, trata-se de um primeiro contacto do cidadão recém-nascido com a comunidade quer era suposto acolhê-lo - uma espécie de baptismo republicano. A ideia deve ser a de fazer com que o cidadão, desde pequeno, se sinta pequenino perante a autoridade do Estado. É um mau princípio e muito pouco republicano.
2 comentários:
ó pai, ela vai ter muito tempo para se enredar em burocracias! deixa lá a folha A5...
é so modernices... no meu tempo era muito mais solene (leia-se mais seca!)
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